Perante estas duas imagem do aluno Manuel Antunes, primeiro observando atentamente o trabalho de dois alunos do curso anterior (José Arnedo e Carlos Dias) e depois dando uma entrevista para a RTP, os leitores desta página ficarão certamente desiludidos ao saber que o assunto da prelecção televisiva não versa sobre nenhum dos intrincados mistérios da construção de modelos que se podem aprender durante os nossos cursos de modelismo, mas reporta tão somente à explicação dos rudimentos necessários para produzir mastros e vergas.
Pode-se produzir um mastro ou verga utilizando, para o efeito, uma vara redonda de faia que se vende, em diâmetros diversos, nas grandes superfícies de bricolage. Estas varas têm o nome comercial de “cavilhas” e podem ser moldadas com a ajuda de um torno ou de um simples berbequim.
No entanto, considerou-se que haveria vantagens, em termos técnicos e de desenvolvimento de competências, em fazer, de raiz, mastros e vergas compostos por várias lamelas de bétula. Na imagem, três lamelas de bétula foram coladas entre si e repousam, sob pressão, numa superfície desempolada. Esta técnica para além de nos tornar menos dependentes das ofertas do mercado, permite produzir mastros menos permeáveis a dinâmicas de deformação.
A peça deve fixar-se convenientemente no torno e começa por ter uma secção quadrada.
Começa-se por anular os cantos da peça com uma grosa, com o motor do torno parado. Quando se liga o torno, avança-se com uma lima até se atingir uma aproximação substancial ao formato pretendido. Daí para diante, o trabalho de desbaste faz-se com a ajuda de lixas de grão cada vez mais fino.
No entanto, com paciência e perseverança, o modelista tenderá a incorporar as técnicas essenciais de modelação ao torno, tornando-se cada vez mais autónomo em relação às soluções de mercado e mais apto a concretizar os trabalhos que sempre sonhou produzir.
CONTINUA BREVEMENTE
